14 junho 2012

Resenha » Sonetos

Postado por Renato Nascimento às 18:38
AUTOR: William Shakespeare
EDITORA: Martin Claret (cortesia)
NÚMERO DE PÁGINAS:216
ISBN8572327177

        




       Soneto é uma composição poética de 14 versos, em geral rimados e dispostos em quatro estrofes, duas de quatro versos e duas de três. Ao que tudo indica, o soneto foi criado na Sicília, onde era cantado da mesma forma que as tradicionais baladas provençais. Essa composição poética aderiu nos tempos modernos ao humanismo e também à devoção barroca. Foram mestres dessa forma literária Dante, Petrarca, Camões, Shakespeare e outros clássicos. Os Sonetos (Sonets) de Shakespeare, um dos maiores dramaturgos da literatura universal, são uma coletânea de 154 sonetos que, em plena era elizabetana, entre 1593 e 1600, figuram entre as mais belas e importantes obras em língua inglesa. Os temas abordados, na maioria dos sonetos, são o amor, o ciúme, a morte, o mistério e outras paixões do ser humano.

  Todos nós sabemos o quão Shakespeare é importante para a literatura. Além de ter criado obras que na minha concepção são leituras obrigatórias, deixou uma incrível coleção com cento e cinquenta e quatro sonetos, que falam das paixões do ser humano.
  William Shakespeare é um gênio, e não me decepcionou durante a leitura. Os sonetos parecem conversar entre si, formando uma única história emocionante.
  Além disso, temos um apêndice com o poema "Queixas de uma Amorosa" e uma mini-biografia, tornando o livro essencial para aqueles que são fã, e indispensável para quem deseja conhecer o Shakespeare homem, pai, avô e acima de tudo, o poeta.
  Não importa o quanto eu escreva, nunca vou conseguir descrever o livro da forma que ele merece. Desde que o recebi, sempre o carrego para qualquer lugar.
  Abaixo, dois sonetos que destaquei durante a leitura e que falam de duas coisas essenciais na minha vida: a música e a amizade. Uma coisa bem interessante nos sonetos é que sempre os dois últimos versos rimam, fazendo com que o fim do soneto seja musical. 

Pág 34 - Soneto VIII
Por que é que não te agrada a música?O suave
Com o suave condiz; com a alegria, a alegria
Por que gostas de ouvir o que a tristeza trave?
Por que te afazes tanto e tanto a essa agonia?
Se a delícia dos sons, unidos, afinados,
Consorciados, portanto, o teu ouvido ofende,
É porque eles, assim, sendo em si concertados,
Aos dotes se te opõem e à solidão que os prende.
Nota como, casada uma com uma outra corda,
Todas em pleno acordo a soarem no instrumento,
São qual família feliz família, onde acha um transborda
O anseio da união, fértil sempre de alento.
    A música do lar, de mudos cantos feita,
    Por seres tu solteiro, é que não deleita.

Pág 142 - Soneto CXVI

Nada embaraça a união de almas amigas, nada.
Amor não é amor que se afrouxa, se altera,
Perante alteração da criatura amada,
Ou se apaga e se esvai, como simples quimera.
Oh! não, jamais. O amor é um farol permanente
Que enfrenta os temporais, fazendo-se invencível;
É para o barco errante estrela perfulgente
De insondável valor, mas de altura medível.
Do tempo o amor não tem a fúria, ainda que faces
E lábios róseos há rente â sua focinha.
Imarcescível, forte assim, vai, sem trespasses,
Com o ente amado, até da dor a extrema linha.
    Quem de falsos tachar os versos que ora digo,
    Não tem nem goza o amor do verdadeiro amigo.


AVALIAÇÃO FINAL



1 comentários:

Unknown on 24 de junho de 2012 às 20:54 disse...

Oie...
Tudo bom?
Parabéns pela resenha... Ficou muito linda...

Adorei seu blog... Já estou seguindo...
Depois dá uma passadinha no meu para conhecer... Relíquias da Lylu =D
http://reliquiasdalylu.blogspot.com.br

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